terça-feira, 5 de outubro de 2010

Na alma.

Quando o câncer é descoberto é também diagnosticado um câncer na alma dos que amam aquele que está enfermo.
Sofremos as mesmas dores emocionais, e ainda sofremos calados, temos que mostrar confiança e otimismo mesmo que a vontade seja de chorar e gritar dizendo que não é justo isto acontecer, logo com quem? Com a pessoa que mais amo na vida.

Pensamos na possibilidade de separação como algo tão próximo e na verdade isso é algo sempre próximo da gente, podemos perder as pessoas que amamos em um acidente sem precisar de doença alguma. Nesses momentos damos mais valor à vida.

Mas tenho que confessar que não sabia que um dia daria tanta importância a algo que julgava como fútil. No começo quando descobriu o carcinoma pensei na quimioterapia como algo simples (mas não fácil): toma a dosagem, vai para casa, tem enjôos e depois passa alguns dias e ta bem novamente para a próxima. Ahh... o cabelo? Cabelo cresce e enquanto não cresce peruca dá jeito!! Afirmava tão bobinha e tão tola.

A quimioterapia tem um sofrimento muito mais emocional do que físico.

Ver o cabelo “derretendo” é algo que não tem explicação. Juro que nunca dei muito valor a isso, mas a queda de cabelo te lembra a cada segundo a doença. É visualmente falando o quanto àquela pessoa está sofrendo. Acho que estou em choque por isso. Minha mãe anda um pouco triste, sei que vai passar. Enquanto não passa vou segurando na mão daquEle que me sustenta.





Segunda quimioterapia hoje. Vai dá tudo certo.

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