quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

"A dor que habita em meu coração é de uma perda..
é de saudade,
é de arrependimento,
é de esperança,
é de ausencia..
é de impotencia."


Veio-me na lembrança alguém que tanto morro de saudade, a cachorra mais chata do mundo, na verdade era a mais chata do meu mundo, que eu tanto amei, brinquei, briguei. Faz-me tanta falta seus latidos, sua espera na porta pela a minha mãe ou pelo meu pai  [eles sempre sabem quando vamos chegar], seu choro querendo ir brincar lá fora e sua presença escutando meus desabafos, você que entrou na minha vida como um presente e saiu tirando boa parte do meu futuro.

Ela não era uma cachorra normal, qual cachorra iria me deixar com a voz embargada depois de quase dois anos de ter partido? Kika era a cachorra mais quieta que já vi na face da terra, mal latia. Todos olhavam pra ela e diziam: - Vocês criam uma cachorra dentro de casa? Como nunca ouvi um latido dela? Pedia para ir ao “banheiro” (ficava na porta reclamando quando tava com vontade para que abrisse), adorava passear de carro e tinha um amor pela a gente incomparável.

No dia de sua morte, tão inesperada e uma decisão tão angustiante. Vê-la sofrer durante alguns dias ou deixá-la em paz de uma vez? Sei que independente do certo ou do errado, fizemos a melhor escolha. Lembro-me que aos 19 anos chorava igual a uma criança, sentada no chão do consultório encostada na parede sem acreditar que estava diante de uma perda. Seu olhar antes de entrar na cirurgia me dizendo o que iria acontecer e que aquele abraço que te dei seria o ultimo, são inesquecíveis, até na despedida você me ensinou a te admirar. Ah.. Preta, só se tem saudade daquilo que foi bom, você é a parte da minha infância que jamais esquecerei, você me ensinou a ser uma boa pessoa, pois se existem pessoas com caráter e bom coração nessa vida essas pessoas já tiveram um bicho de estimação e aprenderam o que é lealdade com ele.
Desde a sua ida, jamais escrevi o quão dolorida foi sua partida na minha vida, fiquei dias em choro, mergulhada nas lembranças de arrependimentos de por diversas vezes não ter entendido que você só queria brincar. A mais comportada da casa ganhando em disparada de mim e do meu irmão. Só quem vai entender e sentir um aperto no peito ao ler esse texto é que com certeza quem já amou e já foi amada incondicionalmente por esse animal às vezes mais humano do que qualquer pessoa, um querido, um irmão. Foram 11 anos e serão mais uma vida pra te esquecer. Obrigada Pai e Mãe por ter adotado um ser tão maravilhoso.

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