segunda-feira, 2 de maio de 2011

Os dois, mesmos.

-A-CA-BOU!!!! Entendeu? A-CA-BOU!!

Antes que ela pudesse responder o telefone já estava com o som que tinha desligado. Suas mãos começaram a suar e seu coração palpitava muito acelerado. Não sabia o que fazer, colocou a culpa no aparelho que se espatifou no chão logo em seguida. Deitou na cama e gritou todas a palavras feias que já tinha ouvido na vida. Depois limpou as lágrimas e resolveu reagir. Deu um pulo, pegou os únicos trocados da bolsa, correu pra rua e como um filme um taxi passou bem na hora.
Quase saiu a frase "Siga aquele carro", mas o que ordenou foi:

-Bairro das americas, perto da praça Europa.

No carro em meio as lágrimas ensaiava o que iria dizer ao cara. O taxista depois de ouvir os soluços se preocupou e perguntou:

-Moça, esta tudo bem?

Ela ficou calada, iria dizer o que ao taxista? "Ah.. moço o cara que eu mais amo acabou de terminar comigo por telefone porque eu fui uma idiota como sempre e tive ciume da alma dele que passava ao lado e ele sem querer olhou" Não, Não rola, não queria se passar por doida, vai que o taxista cobra uma taxa extra por isso. Respondeu então:

-Obrigada moço, mas num é nada demais não.

Continuou calada pelos os próximos 5 minutos, sua cabeça não conseguia mais pensar em nada olhava pro relógio e via que faltavam apenas 2 minutos pra chegar lá, seu estômago estava na boca e sua cara de meu-Deus-o-que-vou-fazer-sem-ele era angustiante.

Chegou.

Desceu do taxi e antes de entrar naquele prédio fez o sinal da cruz, olhou pro céu e falou:

-Meu Deus, seja o que o Senhor quiser.

Na verdade se ela quisesse que fosse isso mesmo, teria ficado em casa rezando e pedindo pra Santo Antonio trazer o amado de volta. Mas não, ela tinha que ser eufórica, dramática e medrosa. Tinha medo de perder a única coisa que conseguiu conquistar na vida.

Subiu as escadas e deu de cara com a porta. Encostou a mão. Olhou pro chão, respirou fundo e bateu.
O tempo de espera ate que ele abrisse foram milénios, que foram sofridos a cada segundo.

Ele assustado e totalmente surpreso perguntou:

-O que você está fazendo aqui?

Em prantos respondeu:

-Por favor me perdoa, não queria te machucar, não queria mesmo. Eu te amo. Não quero te perder. Por favor não me deixa; Não sei viver sem você.


Tinha mais algumas frases que poderia falar mais foi interrompida por ele:

-Você não ta vendo, o seu amor por mim acabou. Você só pensa em você, você me tem como um brinquedo, quer mandar em mim, quer mandar onde eu ando, onde eu olho e daqui a pouco ate no meu respirar. Cansei. Cansei de amar por nos dois. De tentar não te machucar e de me machucar tentando. Quero viver em paz. Chega.


Ela ficou sentada no sofá digerindo as palavras. "Ele ta dizendo que eu não o amo? O amo sim, e muito!!"

-Eu quero mudar, por você eu mudo. Vou parar de ter esses ciumes. Vou deixar você viver do jeito que você quer.. mas vive comigo. Não me deixa.

Ele ficou calado. Sabia que aquela promessa nunca seria cumprida. Era desespero do momento, ela estava fazendo tudo pra não terminar a relação.

-Você não vai mudar. Escuto isso á anos e você nunca mudou.

-Deixa eu tentar, me dá a ultima chance.

Ela se levantou pegou em seu rosto e o encarou, ele desviou o olhar, sabendo que se encontrassem iria mudar de opinião na mesma hora.

-Eu amo você pequena, mas desse jeito não consigo continuar. Não posso viver em uma prisão.

-Eu também te amo. Desculpa por esse meu jeito de amar, quero aprender a ser melhor com você.

Se beijaram. Voltaram o que nunca tinha acabado.

Depois de dias, semanas e meses.. tiveram a mesma briga e pelos os mesmos motivos. Ela nunca mudou e nem ele.

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